FRENTE PARLAMENTAR DEFENDE INCENTIVOS PARA VEÍCULOS ELÉTRICOS
O deputado Donato coordenou o lançamento da Frente Parlamentar para Incentivo à Eletromobilidade, nesta segunda-feira, 14/4, na Assembleia Legislativa de São Paulo. Contando com apoio de 25 deputados,...

O deputado Donato coordenou o lançamento da Frente Parlamentar para Incentivo à Eletromobilidade, nesta segunda-feira, 14/4, na Assembleia Legislativa de São Paulo. Contando com apoio de 25 deputados, a frente parlamentar tem como objetivo reunir especialistas do setor para especialistas representantes do setor para debater a necessidade de políticas que incentivem a eletrificação dos veículos, os benefícios econômicos e ambientais dessa transição, bem como os desafios que o Brasil enfrenta, como a ampliação da infraestrutura de recarga e a capacitação profissional.
Donato, que foi vereador na capital paulista, é autor de projeto que virou lei na cidade de São Paulo, em 2014, que estabelecia a política municipal de incentivo ao uso de carros elétricos ou movidos a hidrogênio ou híbridos. A lei foi um marco porque ela se inspirou em legislações que existiam em outras partes do mundo. Ela determinava a devolução de metade do IPVA (valor equivalente aos 2% do valor do veículo destinados ao município) para os compradores de carro elétrico e concedia a isenção do rodízio de circulação na cidade.
Na Assembleia Legislativa, como deputado estadual, Donato apresentou projeto de lei que visava devolver os 2% de IPVA que é do estado para os donos de carros híbridos elétricos. “Uma lógica bastante simples, que tinha uma sinalização do próprio governador nesse sentido, que tinha estado na planta da GWM, em Iracemápolis e tinha feito uma fala prometendo a isenção do IPVA para carro híbrido elétrico.”
Entretanto, o governador Tarcísio de Freitas vetou o projeto e enviou à Alesp um outro projeto de lei descaracterizando a essência da lei. Como explica Donato, seu projeto de lei beneficiava todas as tecnologias não poluentes, como o elétrico, o híbrido e o movido a hidrogênio. Já o projeto do governador incentiva basicamente o híbrido a etanol, favorecendo a matriz energética de São Paulo, com a produção de etanol.
Na prática, avalia Donato, a lei foi muito mal-feita, porque não existem carros híbridos só com etanol. O híbrido flex é movido a gasolina. Pesquisas mostram que as 70% das pessoas que possuem carros híbridos, flex, abastecem com gasolina. “Então, é uma lei que acaba incentivando o próprio consumo da gasolina. O projeto do governador, infelizmente, vai na contramão do que a gente acredita. E a gente acredita que as tecnologias têm que se complementar e que o consumidor tem que poder escolher. A gente não pode ficar para trás.
Segundo o coordenador da Frente Parlamentar para incentivo à Eletromobilidade, no mundo todo, a tecnologia elétrica está se impondo. Já temos fábricas no Brasil, especialmente em São Paulo, de carros elétricos híbridos. “Não tem sentido que a gente, por causa do lobby de setores ligados a uma indústria velha, que vai ser superada pela história, fique preso a seus interesses, achando que isso vai ter alguma vantagem do ponto de vista da nossa indústria. Eu acho que isso só vai significar mais atraso”, afirmou Donato.
O presidente da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), Ricardo Bastos destacou o impacto que a eletromobilidade pode ter no país e no estado de São Paulo. “Eu acho São Paulo tem que continuar sendo o estado líder e puxar a eletromobilidade no Brasil. Mas a gente tem muitas oportunidades para oBrasil que não podem ser perdidas. A indústria automobilística está numa transformação, mundialmente. A eletrificação chega para responder a uma questão ambiental, mas ela chega também para dar um novo impulso para a indústria automobilística.”
Na avaliação de Bastos, São Paulo, como berço da indústria automobilística nacional, não pode deixar de olhar as oportunidades que a eletrificação abrem para a indústria. “Quando um consumidor na Argentina, no Peru, no Uruguai ou em qualquer outro país, que é nosso cliente, quiser um carro eletrificado, ele vai ter que comprar da Europa, da China, dos Estados Unidos? Eles têm que comprar aqui do Brasil. Tem que continuar comprando do Brasil.
Bastos lembrou do caso dos ônibus, que fez o Brasil ser grande exportador. Segundo ele, o país perdeu a primeira janela e agora está resgatando vários mercados. Temos os ônibus, as vans e os levíssimos elétricos, que estão operando nos serviços de entregas, permitindo a oferta de um serviço mais eficiente, melhor para o meio ambiente e melhor para o bolso.”
Alguns outros pontos da eletromobilidade foram elencados, como a necessidade de investir na capacitação e qualificação do emprego. A transição para veículos eletrificados requer uma nova abordagem para a formação profissional, implicando requalificação de mecânicos e outros trabalhadores do setor automotivo para lidar com a nova tecnologia. Essa nova demanda pode gerar empregos significativos na nova indústria automotiva.
Outro aspecto essencial para o setor é a expansão da infraestrutura de recarga: A necessidade de aumentar a capacidade de recarga é crucial para suprir uma frota crescente de veículos elétricos. O debate enfatizou que a infraestrutura deve ser expandida, especialmente em áreas periféricas, onde os desafios de acesso são maiores.
Os participantes do lançamento da frente parlamentar enfatizaram que o Brasil possui um grande potencial para a eletromobilidade, com matriz elétrica renovável, e a energia solar como solução para viabilizar a transição energética, especialmente em áreas periféricas.
Do ponto e vista dos consumidores, a economia para motoristas que optam por veículos elétricos é significativa, especialmente em grandes distâncias. Embora o custo inicial dos veículos elétricos seja uma barreira, estudos indicam que a eficiência energética a longo prazo pode resultar em economias significativas para os consumidores, alterando a percepção sobre o investimento nesses veículos.
A frente parlamentar irá focar a necessidade de incentivos fiscais, como a isenção de IPVA, fundamental para incentivar o uso de veículos menos poluentes, dada a barreira do custo inicial elevado dos veículos elétricos. O deputado Donato ressaltando que as diversas tecnologias limpas merecem apoio.
